terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Tipos de Envolvimento com Organizações Iniciáticas

O membro, ao iniciar sua jornada na Ordem, escolhe – voluntariamente ou não – onde alicerçar o seu envolvimento, e esta escolha será determinante para traçar o seu perfil de atuação, os projetos que realizará e o seu engajamento com a Ordem.
Entendemos que existem três Espécies de Envolvimento: (i) o Envolvimento Institucional, (ii) o Envolvimento Fraternal e (iii) o Envolvimento Ritualístico (litúrgico)
O Envolvimento Institucional é aquele cujo atrativo, isto é, cujo elemento primordial que apreende a pessoa à coisa é a política institucional, os cargos, a organização administrativa, a preocupação com a manutenção da estrutura, com a eficiência, com a gestão, com a realização de projetos, enfim, com a manutenção do corpo que rege a Ordem.
O Envolvimento Fraternal é aquele cujo elemento instigante é os amigos (os irmãos), o fato de se estar com as pessoas que gosta e se sentir bem com isso, como também por meio da construção de uma rede de contatos, ou porque estuda ou mantém relações profissionais com essas pessoas.
Envolvimento Ritualístico, por usa vez, é aquele cujo cerne é a liturgia da Ordem. É o gosto pela história da Instituição, pelo conteúdo moral, pela simbologia, enfim, é o ensinamento contido no Ritual que caracteriza o envolvimento litúrgico do Maçom com a Ordem. A perspectiva da formação interior e espiritual, isto é, de vislumbrar no Ritual mecanismos de auto aperfeiçoamento e transformação pessoal por meio dos preceitos, dogmas, doutrinas e virtudes da instituição que conferem a liga desta espécie de envolvimento.
Sendo assim, é nessa última que particularmente alicerço a minha permanência, porque é, de fato, a que mais consegue concretar o nosso espírito com a Ordem. É dizer, o envolvimento litúrgico é aquele que confere maior solidez, maior firmeza, pois as chances de frustração e decepção são diminutas.
Aquele que se firma no modelo de Envolvimento Institucional corre o risco de ter a sua permanência fragilizada caso se vislumbre um momento em que a Instituição esteja mal gerida, com desvio de dinheiro, com politicagem (ao menos da qual você não concorde), ou até mesmo caso perca uma disputas eleitoral. O descontentamento com a estrutura que, por ventura, venha a tomar conta da Instituição, fatalmente irá esmorecer e desanimar o envolvimento do membro que nesta espécie se firmou e acabará se afastando da Ordem.
No Envolvimento Fraternal, no qual o adepto valida toda a sua permanência na relação com as pessoas, o risco mortal de afastamento se mostra no instante em que alguém lhe trai; e inevitavelmente em algum momento da jornada, o membro se sente de alguma forma traído por alguém que considera, seja no ambiente da Ordem ou externo, como numa sociedade empresária ou numa relação comercial. Essa frustação e chateação pode desmoronar o elo da corrente que o prendia à Ordem, fulminando a sua permanência.
Já a relação baseada no Ritual, no simbolismo, na filosofia, na doutrina, é uma relação que só depende do Iniciado. Não há interferência externa, de modo que quanto mais se está apaixonado e amando a liturgia da Ordem, isto é, quanto mais íntima for a sua relação com o Ritual, o envolvimento será cada vez mais pleno e inquebrantável, pois nenhum fato externo pode abalá-lo.
Ora, a Instituição pode estar um caos, inundado em roubalheira, ao passo que as pessoas que iniciam podem ser traidoras, mesquinhas, vaidosas e desonradas, mas se o membro alimentar sua permanência na liturgia, ela que será o elo importante, de modo que os prejuízos externos não irão abalar essa corrente e a sua estabilidade estará garantida.
É por isso que é mais seguro e viável depositar o envolvimento do Adepto no Ritual, na liturgia, no simbolismo, nas mensagens e na moral da Ordem, pois são inabaláveis, independentemente das pessoas – falíveis que são – que venham a iniciar ou a gerir a Instituição.
Ademais, interessante frisar que, para se manter esse envolvimento litúrgico é imprescindível manter-se em constante contato a Organização. Amar a simbologia e não vivenciá-la é incongruente pela sua própria natureza, razão pela qual além de ser mais seguro e inquebrável, o Envolvimento Ritualístico lhe condiciona a manter-se sempre presente e participante, pois somente dessa maneira é possível sentir a simbologia da Ordem.
Assim, por mais que o resto todo esteja ruim, aquele que adote este modelo de envolvimento terá que frequentar para poder vivenciar aquilo que ama. Por esta razão inexiste espaço para escapatória; não há afastamento possível.
Portanto, o modelo de envolvimento que apresenta um duplo aspecto capaz de manter o iniciado indissociavelmente ligado às Ordens é o Envolvimento Ritualístico.
Todavia, o raciocínio até aqui desenvolvido não resulta na conclusão de que os envolvimentos institucionais e fraternais sejam desimportantes. Não se quer dizer aqui que se importar e desenvolver o gosto e aptidão nas relações institucionais e fraternais (até mesmo em âmbito comercial) sejam descartáveis.
Ao contrário, eles têm sim sua relevância. Entretanto, tratam-se de Envolvimentos transversais, não primários. É dizer, contanto que o envolvimento do maçom seja primariamente alicerçado no Ritual, nada impede – inclusive é desejável – que, transversalmente, o irmão desenvolva também seu vínculo de maneira profícua na organização institucional ou na relação fraternal.
Um não impede o desenvolvimento dos demais, mas somente um pode ocupar o espaço da pedra angular da construção do seu envolvimento com a Ordem, e ele precisa ser o Litúrgico. Desenvolver os demais é necessário, mas jamais pode se sobrepor à dogmática, a missão, às virtudes, ensinamentos e juramentos firmados e apreendidos com a Ordem.
Ademais, vale destacar, que o envolvimento ritualístico poderá, inclusive, conferir ao iniciado melhores capacidades para o desempenho das relações institucionais e fraternais, afinal o membro que firma sua pedra angular no Ritual será forjado nas virtudes e ensinamentos que aperfeiçoam o homem, de modo que terá maior aptidão para desenvolver os demais Envolvimentos.

Portanto, aquele que prioritariamente pauta-se conforme a dogmática da Ordem, além de não sofrer abalos externos no seu envolvimento, conseguirá potencializar sua capacidade para as relações de índole institucional ou fraternal, pois saberá melhor lidar com as dificuldades e com o convívio interpessoal, afinal terá se aperfeiçoado enquanto ser humano em cumprido da precípua missão da Ordem.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

A Ilustre Ordem da Cruz Vermelha


A primeira ordem conferida por uma Comanderia de Cavaleiros Templários é a Ilustre Ordem da Cruz Vermelha. Na Cavalaria Maçônica do Rito de York, o termo "ordens" é usado em vez de "graus", mas ambos se referem ao "progresso de um candidato em relação à conclusão de sua filiação". Na Ilustre Ordem da Cruz Vermelha, o candidato representa Zorobabel e apresenta-se como um Maçom do Real Arco para um Grande Conselho que acabou de se reunir em Jerusalém para deliberar sobre a condição infeliz do país e que deseja encontrar um meio de garantir o favor do rei Dario, a fim de prosseguir com a reconstrução tratada no grau do Real Arco. O candidato é detido e conduzido para o tribunal persa e lembra o rei de suas promessas para ajudar os judeus em seu trabalho. O debate começa e Zorobabel proclama corajosamente que a Verdade está do seu lado na questão. Tão impressionado com o discurso, o rei Dario decreta seu apoio para a continuação da reconstrução do Templo em Jerusalém, estabelece a Ilustre Ordem da Cruz Vermelha fundada na Verdade e a confere a Zorobabel. Esta lenda é baseada nos relatos encontrados no Livro de II Esdras e nos escritos do famoso historiador judeu Josephus.

Esta ordem é um grau de transição que liga a Maçonaria do Real Arco à Cavalaria Maçônica. As lições ensinadas encorajam a busca constante da Verdade e enfatizam a importância da Liberdade e da Justiça com o direito de adorar a Deidade sob qualquer nome que ele possa ser chamado. Historicamente, elementos desta Ordem eram praticados em Lojas Antigas antes que a forma final do Grau Mestre Maçom entrasse em uso. Ainda é praticado em sua forma cerimonial completa pelos Cavaleiros Maçons da Irlanda e os Cavaleiros Maçons dos Estados Unidos, bem como na Cruz Vermelha da Babilônia na Ordem Inglesa dos Graus Maçônicos Aliados. É a mesma lenda que envolve os Graus 15 e 16 do REAA.

Esta ordem é conferida em um "Conselho da Ilustre Ordem da Cruz Vermelha", que é presidido pelo Soberano Mestre, e apoiado por outros oficiais, e criará um "Companheiro" desta Ordem. Esta Ordem, no Rito de York, tem estado sob o controle do Grande Acampamento dos Cavaleiros Templários desde a sua fundação.

A bandeira da Ordem da Cruz Vermelha é verde com uma estrela de sete pontas no centro. Dentro da estrela há um anel de ouro com o lema: "Magna est veritas, e praevale bit" (Grande é a verdade e ela prevalecerá). Dentro do anel de ouro há um campo circular branco com uma cruz grega vermelha sobre ele. Em cada um dos quatro braços há uma letra que representa Deidade, Verdade, Justiça e Liberdade. Estas celebram nossa fé em Deus e nas Grandes Características desta Ilustre Ordem.

Ao estudar a história da Ordem da Cruz Vermelha, é importante notar que existem vários graus que usam o mesmo nome, mas não têm relação um com o outro. Como essa ordem veio a existir não é exatamente conhecido, mas a maioria dos estudiosos concorda que ela foi conferida pela primeira vez nas colônias americanas por tropas escocesas ou irlandesas. Foi através dos esforços de Thomas Smith-Webb e Henry Fowle que esta Ordem sobreviveu e veio a ser anexada ao sistema americano dos Templários. Alguns afirmaram que foi tirado do rito escocês, mas de acordo com Ward St. Clair afirma que isso é errôneo e WJB MacLeod Moore (Grande Comandante Provincial no Canadá) afirmou que após examinar o ritual ele conclui que a IOCV usada na América vem dos graus irlandeses conhecidos como "Cavaleiros da Espada, Cavaleiros do Oriente e Cavaleiros do Oriente e do Ocidente", concedidos sob a autoridade dos templários da Irlanda, e dos Capítulos do Arco Real da Escócia. Estes nomes não devem ser confundidos com os graus, com o mesmo nome, encontrados no Rito Escocês Antigo e Aceito.

Embora Thomas Smith-Webb seja visto como a principal força motriz por trás da continuação da Ilustre Ordem da Cruz Vermelha, é preciso lembrarmos que ela já existia antes de seus esforços. A primeira menção da Ordem da Cruz Vermelha está no diploma “Beaumont” emitido pelo Acampamento # 1 da Carolina do Sul em 1º de agosto de 1783 e que se associou à Ordem do Templo. Outro registro encontrado é na Nova Inglaterra, onde um certificado do Acampamento em Newburyport, Massachusetts, foi emitido para Hamilton Moore em 16 de fevereiro de 1796. Registramos que o que hoje chamamos de Comanderias eram chamados de Acampamentos no Sec XVIII.

Olhando para a história do Rito de York nos EUA, vemos que a mais antiga conferência registrada do "quatro passos" para William Davis na St. Andrews Royal Arch Lodge ocorreu em 28 de agosto de 1769, mas esses quatro passos não incluem a Ordem da Cruz Vermelha. Alguns teorizam que a Ordem da Cruz Vermelha foi trazida para Boston através de Benjamin Hurd Jr., um comerciante cujas viagens o levaram para a Europa. Na St. Andrews Royal Arch Lodge não há menção da Cruz Vermelha até a ata de 3 de fevereiro de 1797 que refere aos esforços de Benjamin Hurd Jr. para estabelecer uma associação e que eles sejam registrados no "livro do capítulo". É teorizado que, durante uma viagem à Europa, Benjamin Hurd, Jr. recebeu a Ordem da Cruz Vermelha e levou-a consigo para Boston. Ele organizou uma "Associação dos Cavaleiros da Cruz Vermelha" que era independente de St. Andrews. Este grupo se reorganizaria no "Conselho dos Cavaleiros da Cruz Vermelha de Boston". Em 21 de dezembro de 1805, foi dissolvido e reorganizado “Acampamento dos Cavaleiros Templários de Boston" que assumiram a propriedade e o ritual do Conselho dos Cavaleiros da Cruz Vermelha, juntamente com a Ordem de Malta e a Ordem do Templo. Thomas Smith-Webb e Henry Fowle ajudaram a difundir a Ordem da Cruz Vermelha em Massachusetts e Rhode Island, mas por causa de sua influência, o recém-formado General Grand Encampment (conhecido hoje como Grande Encampment) adotou o sistema Templário usado em Massachusetts e Rhode Island, contendo da Ordem da Cruz Vermelha, Ordem de Malta e Ordem de o Templo.

A Ordem da Cruz Vermelha foi um ponto de discórdia, quando os Sir Cavaleiros da Nova Inglaterra e da Pensilvânia se uniram para formar uma organização Templária nacional. Os Sir Cavaleiros da Pensilvânia não acreditava que a Cruz Vermelha devesse ser incluída no sistema dos Templários. A controvérsia sobre a Ordem da Cruz Vermelha continuaria ao longo do século XIX. Muitas tentativas foram feitas para remover e eliminar a Ordem da Cruz Vermelha do sistema americano dos Templários. Muitos acusavam a Ordem de ser um "Rito Pagão e Judaico" empurrada para as ordens dos cavaleiros cristãos.

Muitos também desejavam se livrar dela porque os sistemas templários estrangeiros não usavam a IOCV como um pré-requisito para a Ordem do Templo. A Constituição também exigia aos Sir Cavaleiros visitantes estarem de posse da Ordem da Cruz Vermelha, e muitos queriam se livrar dela porque queriam manter a harmonia entre todos os Sir Cavaleiros ao redor do mundo e permitir que eles se visitassem. Eventualmente o Grande Acampamento iria emendar a Constituição com o acréscimo da Seção XXI que declarava:

“Um Cavaleiro Templário criado em uma jurisdição estrangeira, e que não recebeu a Ordem da Cruz Vermelha pode, em seu exame, prestar os votos e ter essa ordem concedida por comunicação e daqui em diante podem ser admitidos no Asilo”.

Eventualmente a controvérsia sobre esta ordem morreu e o ritual foi padronizado.

A Ilustre Ordem da Cruz Vermelha é importante, pois se liga à Maçonaria Antiga com a Maçonaria Cavalheiresca, o Antigo Testamento com o Novo Testamento. A Ilustre Ordem da Cruz Vermelha nos lembra das importantes lições da Verdade e podemos ver que a lenda antecipa a mensagem de Cristo quando ele declarou: "Eu sou o caminho, a verdade e a Vida".


Tradução Livre por Társis Valentim Pinchemel


Referencias:

1. Chivalric Orders. (n.d.). Retrieved from York Rite of Freemasonry: http://www.yorkrite.com/degrees/#3


2. Chivalric Orders. (n.d.). Retrieved from Albertus Magnus Commandery #92: http://www.chicagoyorkrite.org/commanderyresearch/ChivalricOrders.html#RedCross

3. Commandery. (n.d.). Retrieved from York Rite USA: http://www.yorkriteusa.org/commandery.htm


4. Connor, G. C. (1894). Order of the Red Cross. Retrieved from Shibboleth: A Templar Monitor: http://www.sacred-texts.com/mas/shib/shib05.htm

5. Degree. (n.d.). Retrieved from Merriam-Webster dictionary: http://www.merriam-webster.com/dictionary/degree

6. Scully, F. J. (1952). History of the Grand Encampment Knights Templar of the USA. Greenfield, IN, USA: Wm. Mitchell Printing Co.

7. The Illustrious Order of the Red Cross. (n.d.). Retrieved from Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Knights_Templar_(Freemasonry)#The_Illustrious_Order_of_the_Red_Cross_.28Order_of_the_Red_Cross.29 

8. The Illustrious Order of the Red Cross. (n.d.). Retrieved from Rainier Commandery #28: http://rainiercommandery.weebly.com/the-illustrious-order-of-the-red-cross.html

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Oficiais de uma Comanderia de Cavaleiros Templários

1.Eminente Comandante, 2.Sentinela, 3.4.5.Guarda, 6.Guardião, 7.1º Vigilante, 8.2º Vigilante, 9.Secretário, 10.Prelado, 11.Capitão General, 12.Generalíssimo, 13.Porta Estandarte, 14.Porta Espada, 15.Tesoureiro  


A Maçonaria Templária, ou Cavalaria Maçônica, é último corpo dos Altos Graus do Rito de York e consiste em três ordens: Ilustre Ordem da Cruz Vermelha, Ordem de Malta e a Ordem do Templo (ou Cavaleiros Templários).A unidade organizacional básica para os Cavaleiros Templários é conhecida no Brasil como Comanderia e é composta dos seguintes oficiais: Eminente Comandante, Generalíssimo, Capitão-General, 1º Vigilante, 2 º Vigilante, Tesoureiro, Secretário, Prelado, Porta Estandarte, Porta Espada, Guardião e Sentinela. Sobre o Tesoureiro ou e o Secretário não trataremos neste texto, falaremos sobres eles em outra oportunidade. 

Vamos começar pelos oficiais eleitos e, em seguida, os nomeados. 

O Eminente Comandante preside uma Comanderia de Cavaleiros Templários do Rito de York, mas em outros sistemas como a Inglês, o presidente é conhecido como Preceptor (e preside uma Preceptório). O posto de comandante é um posto militar comumente usado, mas na histórica Ordem dos Templários, os comandantes eram cavaleiros ou sargentos encarregados dos comandos locais. Este oficial carrega o título honorário de Eminente que está enraizado na palavra latina "eminentem" que significa "destacando-se, projetando-se, proeminente ou alto". A palavra Comandante vem do "comandeor" do inglês antigo que deriva do latim "comandare" que significa "ordenar, comandar ou ordenar". Esse oficial é equivalente ao Venerável Mestre de uma Loja Azul. A jóia do Eminente Comandante é uma cruz de paixão encimada por raios de luz.

O segundo em comando é o Generalíssimo, que se senta à direita do Eminente Comandante. Ele é encarregado de auxiliar o Comandante no despacho de seus deveres e, na sua ausência, presidir a Comanderia, bem como apresentar o Grande Comandante e sua equipe quando em visita. O generalíssimo vem do italiano "generale" e do sufixo “-issimo”, ele próprio do latim “-issimus”, que significa "máximo, ao mais alto grau". Este oficial é comparável ao 1º Vigilante da Loja. Nos Cavaleiros Templários medievais, esse oficial seria equivalente ao Senescal. A jóia do generalíssimo é um esquadro encimada por um cordeiro pascal. O Esquadro nos lembra da lição de moralidade da Loja Azul e o cordeiro representa a natureza cristã da ordem.

O terceiro dos oficial da Comanderia é o Capitão Geral e senta à esquerda do Eminente Comandante. Ele garante que a Comanderia esteja preparada para a recepção do Comandante, e essencialmente executa a maioria de todos os comandos, quer sejam comunicados através do Generalíssimo ou diretamente do Eminente Comandante. O posto de Capitão-General foi e ainda é usado para denotar um alto escalão ou chefe de estado em algumas situações. A palavra "Capitão" vem da raiz latina "capitaneus", que significa chefe. A palavra "General" vem do latim "generalis" que significa "relativo a todos, de uma classe inteira, ou genérico" ​​e que foi usada para denotar um oficial comandante a partir do século XIV. Este oficial é equivalente ao 2º Vigilante em uma Loja Azul. Nos Cavaleiros Templários medievais, esse oficial seria equivalente ao marechal. A jóia do capitão-general é um nível encimado por um galo.

O próximo oficial é 1º Vigilante (em inglês Senior Warden) que está mais estreitamente alinhado com o 1º Diácono da Loja, pois ele é responsável por conduzir candidatos por uma parte do ritual da Ordem do Templo. Este oficial senta-se no lado sul da Comanderia conhecido como o "ângulo sudoeste do triângulo". A palavra "Senior" vem do latim "seniorem" que significa "mais velho". A palavra "Warden" (Vilante) vem da palavra proto-germânica "wardon", que significa "guardar ou vigiar". A jóia do 1º Vigilante é o quadrado vazado com um braço no interior segurando a espada da justiça.

O último oficial eleito, da linha de sucessão, é o 2º Vigilante (em inglês Junior Warden). Este oficial é comparável ao Marechal com alguns deveres do 1º Diácono da Loja Azul. Como o 1º Vigilante da Comanderia, ele também conduz candidatos durante uma parte da iniciação e é responsável pela Câmara de Reflexão. Este oficial tem seu posto no "ângulo noroeste do Triângulo". A palavra "júnior" vem da palavra latina "iunior", que significa "jovem". A jóia do 2º Vigilante é uma águia com uma espada flamejante em suas garras.


O primeiro na hierarquia dos oficiais nomeados é o Prelado, cujas funções correspondem ao Capelão da Loja Azul. No entanto, há uma diferença significativa entre os dois. É o Prelado que transmite o juramento ao candidatos da ordem. Um Prelado é tradicionalmente um membro de alto escalão do clero e a palavra é derivada da palavra latina 'prelatus', referindo-se a um clérigo de "alto escalão ou de preferência sobre os outros". Na ordem medieval, uma das posições mais importantes dentro de um Comando Templário era a do Capelão. Este homem tinha muitos trabalhos importantes, não eclesiásticos, mas também seculares de muitas maneiras. Ele era um padre interno da Ordem. Ele tinha o poder de ouvir confissões e dar absolvição pelos pecados; Os templários foram proibidos de confessar a alguém que não fosse um clérigo na Ordem dos Templários sem aprovação papal. Esses clérigos não estavão submetidos ​​aos clérigos ou bispos locais, mas apenas ao papa. O Prelado fica à frente e à direita do Generalíssimo. A jóia do Prelado é o triângulo triplo com uma cruz vermelha no centro de cada triângulo.

Sentado no oeste da Comanderia, o Porta Estandarte (em inglês, Standard Bearer) guarda as bandeiras da ordem dos Templários. Este oficial corresponde em deveres com o Marechal da Loja Azul. Historicamente, os deveres do Porta Estandarte incluíam ser o pagador e garantir que o equipamento ( incluindo os cavalos) fosse mantido em funcionamento. Deve-se notar que embora ele tenha seja referido como o Porta Estandarte ele nunca carrega a bandeira, mas lidera a procissão que a carrega e a prote. A palavra "standard" vem da palavra francesa antiga "estandart" que significa "bandeira militar". Alguns teorizam que vem de uma palavra franca que significa "ficar firme", o que faria sentido porque enquanto o Beauceant permanecesse de pé, os templários medievais não parariam de lutar durante uma batalha. A palavra “bearer" vem do inglês antigo "berere", que significa "quem carrega". A jóia deste oficial é um prumo encimado pela bandeira da Ordem.

Sentado à direita do Porta Estandarte está o Porta Espada (em ingles, Sword Bearer). Este oficial é encarregado de proteger o Porta Estandarte, além de liderar o destacamento para apresentar a bandeira para o juramento. Ele tem deveres correspondentes aos Mordomos da Loja Simbólica. A palavra "sword" (espada) vem do antigo alto alemão "swertha" que significa "arma cortante". A jóia deste oficial são as espadas cruzadas dentro de um triângulo.
Sentado à esquerda do Porta Estandarte está o Guardião. Este oficial corresponde ao 2º Diácono da Loja Azul, já que ele atende aos alarmes nas portas do Asilo e assegura que a Comanderia esteja devidamente coberta, assim como anuncia a aproximação e partida do Eminente Comandante. A palavra "Warder" (guardião), como Warden (vigilante), vem da palavra proto-germânica "wardon", que significa "vigiar ou guardar". A jóia do Guardião é um quadrado vazado com trombeta e espadas cruzadas no interior.

O último oficial nomeado da Comanderia é chamado de Sentinela e cujos deveres correspondem aos do Cobridor na Loja Azul. O Sentinela guarda o Comandante de fora da porta para garantir que os Cavaleiros não sejam pegos ou apanhados de surpresa por aqueles que desejam causar dano ou aqueles que não têm o direito de estar lá. O Sentinela é alguém que fica de guarda sobre algum tipo de estrutura, seja uma instalação, um portão ou uma passagem. Seu trabalho é impedir a entrada do inimigo ou dos não autorizados. A palavra Sentinela deriva da palavra latina "sentire" que significa "observar ou perceber pelos sentidos". A jóia deste oficial é um quadrado vazado com uma espada contida no interior.

Tradução Livre por Társis Valentim Pinchemel


Referências

1. Online Etymology Dictionary: https://www.etymonline.com/

2. Macoy, R. (1867). The Masonic Manual. Retrieved from Phoenix Masonry: http://www.phoenixmasonry.org/masonic_manual/knights_of_malta.htm

3. Marshall, Jr., G. L. (2011, March). Some Symbolic Interpretations of the Commandery Jewels of Office. Knights Templar magazine.